expectativa na economia

F&A – Finanças & Atualidades: O Poder da Expectativa na Economia

Hoje ouvi no jornal logo cedo: “A economia melhorou muito desde a troca de governo”. Minha reação foi dúbia: concordar discordando.  De fato os índices econômicos melhoraram muito; estimativa do PIB, inflação, confiança do consumidor e do empresário, sem falar na queda do dólar (que não estou dizendo que é bom quando está baixo, mas reflete percepção menor de risco-país). Mas de prático o que foi feito pela nova gestão? Muito pouco.

Isso não é uma crítica ao governo provisório do Presidente interino. Como já expliquei em um vídeo nosso, as expectativas exercem um grande efeito no comportamento das pessoas e portanto da economia. Quando o novo presidente do Banco Central diz que não baixará juros até que a inflação se mostre controlada e tem, em esforço conjunto, o Ministro da Fazenda falando em teto de gastos ou aumento de impostos para controlar o orçamento, o pensamento geral é: “vão fazer de tudo mesmo para controlar a inflação e os gastos.”

Muita gente pode reclamar do aumento dos impostos, outros vão clamar que os juros deveriam cair para incentivar a economia e os oposicionistas vão dizer que a Presidente Dilma teria feito isso se não estivesse “amarrada” pelo Legislativo e pela oposição do então Presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Tudo isso não interessa no aspecto aqui discutido. O fato é que agora o recado está muito claro e passa-se a ter algo que há muito tempo não era visto no Brasil: uma clareza do objetivo da gestão e do panorama econômico perseguido.

Se isso é mérito da nova gestão ou se é um confluência de fatores político-econômicos, deixo ao leitor julgar. Meu ponto aqui é mostrar que os juros futuros caíram (o que pode ser visto nas taxas oferecidas pelo tesouro direto), a bolsa subiu e o dólar bateu o piso de R$ 3,16.

E, por fim, para quem está preocupado mesmo é com a economia real e o desemprego, reforço um ponto que sempre mostrei.  O mercado financeiro é um antecipador de tendências e o mercado de emprego é sempre o último a reagir, para bem ou para mal. Isso porque o empresário espera até o último minuto para incorrer nos custos da demissão ou contratação.

Assim, mantida a tendência atual, podemos esperar um segundo semestre melhor que o primeiro e um 2017 de crescimento após termos um biênio de 5% de redução no PIB. Vamos nos preparar para aproveitar a recuperação!

 

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Lucas Radd, CFA (Chartered Financial Analyst), é sócio-fundador da WG Finanças Pessoais

 

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